segunda-feira, 17 de agosto de 2015

ESTUDO SOBRE O EQUISETUM


Cavalinha – Diurética, remineralizante, cicatrizante, adstringente, tonificante e revitalizante.

Nome Botânico
Equisetum arvense
Família
Equisetaceae
Sinonímia
Equisetum boreale Bong.; Equisetum calderi B. Boivin; Equisetum saxicola Sucksd.
Nome popular
Cauda de raposa; equiseto; milho de cabra; rabo de cavalo.
Parte utilizada
Partes aéreas
Histórico e curiosidades
Originária da Europa, seu nome latino deriva de “equi” = cavalo e “setum” = cauda. Seus talos verdes conferem-lhe o aspecto de uma pequena árvore de natal.
A cavalinha tem sabor levemente salgado e amargo e cresce em locais próximos a água.
Conhecida também como equiseto é uma planta perene que não possui flores e consequentemente semente.
A reprodução é assegurada por esporos contidos nos esporângios, situados na base de pequenos escudos agrupados numa espécie de espiga terminal. Os próprios esporos são dotados pela natureza de um extraordinário sistema de propagação, pois o invólucro rasga-se em quatro faixas elásticas que, ao deformarem-se por efeito do calor, provocam a dispersão dos esporos.
Constituintes
Ácido sílico (10-15%): fonte de silício e compostos hidrossolúveis de sílica.
Compostos inorgânicos: Ca, Mg, Na, F, Mn, Si, S, P, Cl, e K (2,1 a 2,9%).
Flavanóides: isoquercetina, equisetrina,canferol e galutenonina, fitosterol.
Triglicerídeos: ácido oléico, esteórico, linoléico e linolénico.
Alcalóides: metosapiridina, nicotina, palustrinina.
Ácidos orgânicos: ácido gálico, málico, oxálico.
Saponinas: equisetonina (1 a 5%).
Vitamina C, Taninos e pequena quantidade de óleos.
Propriedades Terapêuticas
Glicosídeos flavônicos, saponinas, ácido gálico, potássio e sílica são os principais constituintes responsáveis pela sua atividade diurética e remineralizante, permitindo a eliminação de substâncias tóxicas. É um diurético suave, com ação reguladora e adstringente do trato genito urinário, muito útil em casos de incontinência noturna de crianças.
Os taninos são os principais responsáveis por sua ação adstringente, que auxiliam em conjunto com substâncias coagulantes e silício a melhorar os transtornos circulatórios. Atua como hemostático.
Apresenta propriedades remineralizantes atribuídas ao silício, que também tem a capacidade de ligar-se a mucopolissacarídeos e glicoproteínas da estrutura do tecido conectivo, estimulando a biosíntese de fibras colágenas e elastina, reservando a elasticidade e tonicidade do tecido cutâneo. Participa da calcificação dos ossos, tendo parte da matriz fibrosa colágena. Age sobre as fibras elásticas das artérias, diminuindo o risco de ateromatose, principalmente em pessoas com o colesterol elevado, regularizando o tônus, elasticidade e resistência dos vasos sanguíneos.
A cavalinha atua de maneira específica em casos de inchaço e inflamação da próstata como antiinflamatório. Estimula o metabolismo cutâneo, acelera a cicatrização e aumenta a elasticidade de peles secas e senis, atuando como hidratante profundo. Atua como abrasivo devido ao seu alto teor de ácido sílico.
Ajuda a recuperar a pele e ferimento pela sua ação vulneraria.
Desenvolve certa ação antimicrobiana e detergente (saponinas) pode atuar como coadjuvante no tratamento externo da acne.
Indicações
Uso Interno:
Afecções dos brônquios e pulmões;
Aterosclerose e hipertensão;
Afecções articulares, consolidação de fraturas e osteoporose;
Hemorragias nasais, renais, menstruação excessivas;
Enfermidades renais e das vias urinárias que requeiram aumento da diurese (cistite, uretrite, ureterites, oligúria e urolitíase);
Inflamação e edema da próstata;
Uso Externo:
Feridas e frieiras;
Aftas;
Úlceras varicosas;
Tonifica e revitaliza as unhas, peles secas e senis;
Fito cosmético:
Principalmente no tratamento da acne, queda de cabelos, cremes anti celulite, anti estrias, adstringentes e loções antiperspirantes.
Usos e Dosagens
Uso interno:
Suco ou suspensão integral de planta fresca: uma colherada de sopa ao dia;
Infusão: 10-30g/l, três ou mais vezes ao dia;
Planta fresca: 30 a 50 g/l. Ferver 30 minutos;
Planta seca: 10-20g/l. Tomar 200ml/dia (adultos); e 10 a 30ml/dia (crianças)
Pó: 0,5-1g, duas vezes ao dia, em cápsulas
Extrato fluido em álcool 25%: 1 a 4mL três vezes ao dia;
Tintura: 1 colher de café 3 vezes ao dia;
Tintura mãe: 20 a 50 gotas por dia;
Extrato seco (5:1): 400 a 1.000 mg/dia, em três doses;
Crianças: metade da dose de adultos
Uso externo, como cicatrizante:
Decocção (50 g/L): Aplicar em forma de compressas ou banhos;
Extrato fluido: 50 gotas diluídas em água;
Uso Externo:
Creme capilar dermatológico: Infuso de 5 a 10%
Precauções e toxicidade
Princípios tóxicos: tiraniza (destrói a vitamina B1), alcalóides (paulistrina), saponósidos
(equisetonina) e ácido aconítico. Freqüentemente é substituído ou sofre falsificação por outras espécies (equisetum palustre e equisetum ramosissimum) que, por seu maior conteúdo em palustrina podem resultar em neuro e nefrotóxicas e produzir colites. Talvez por seu uso prolongado pode produzir distúrbios nervosos (cefaléia, tenesmos, anorexia, disfagia) e por isto deve-se ter um bom controle de qualidade da planta, extrato ou tintura.
É recomendável que os tratamentos sejam curtos. O uso de diuréticos na presença de
hipertensão ou cardiopatias, somente deve ser autorizado por prescrição de controle médico, dada a possibilidade de aparição de uma descontrole da pressão arterial.
Contra Indicações
Na presença de gastrite, úlcera gastroduodenal: os taninos e os sais silícicos (em especial o dióxido de silício) podem irritar a mucosa gástrica;
Gravidez e amamentação;
Disfunção cardíaca ou renal;
Efeitos Colaterais
Não apresenta efeitos colaterais quando usado em doses terapêuticas.
Fontes
BARACHO, Nilo César do Vale et al . Study of acute hepatotoxicity of Equisetum arvense L. in rats. Acta Cir. Bras.,  São Paulo,  v. 24,  n. 6, Dec.  2009 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-86502009000600005&lng=en&nrm=iso>. access on  25  Aug.  2011.
FETROW, C.W.; AVILA, J.R.; Manual de Medicina Alternativa para o profissional. Guanabara Koogan, 2000

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